BATALHÃO DE CAVALARIA 8423. Os Cavaleiros do Norte!!! Um espaço para informalmente falar de pessoas e estórias de um tempo em que se fez história. Aqui contando, de forma avulsa, algumas histórias de grupo de militares que foi a Angola fazer Abril e semear solidariedade e companheirismo! A partir do Quitexe, por Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange e Songo! E outras terras do Uíge angolano, pátria de que todos ficámos apaixonados!
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
O Vitor alentejano que era sacristão no aquartelamento do Quitexe
Este fim de semana estive com o Vítor Manuel Cunha Vieira, na alentejana Vidigueira. Sabem de quem estou a falar? Pertencia à CCS e ao Pelotão-Auto, embora não fosse condutor nem mecânico.
A caminho da Vidigueira, lembrei-me do Vítor. Telefonei ao Porfírio Malheiro (Pelotão-Auto), que se lembrava muito bem dele, não por este nome, como quase toda a gente, mas não me sabia dar qualquer referência - nome, morada ou telefone. Disse-me que talvez soubesse o Celestino (o condutor), de Matosinhos, e eu lembrei-me de outro Celestino, o Viegas - que de certeza me iria dizer o que queria, ou não fosse ele o nosso arquivo ou memória dos tempos de Angola.
Com o nome e a morada do Vítor na cabeça, mal cheguei à Residencial Santa Clara, na Vidigueira, perguntei se conheciam a pessoa ou a rua e indicaram-me a padaria ao lado que, aí, talvez me pudessem ajudar. E ajudaram! Subi a rua, virei à direita, passei no largo da Câmara Municipal, virei pela rua da direita, andei mais uns metros e lá estavam a associação e o café, dolado esquerdo… com o Vítor.
Bem disposto como antigamente, a aviar dois associados ou clientes, ficou muito intrigado a olhar para mim , que estava à entrada a olhar para ele. «Que quererá este maduro a olhar para mim?», pensou ele.
Olhava, olhava, olhava para mim , olhava para os clientes, mas «quem será este?».
Perguntei-lhe eu: «O senhor chama-se Vítor?».
«Sim!», respondeu ele.
«Vitor Vieira?».
«Sim...». E olhou-me intrigado.
«E não me está a reconhecer?».
«Não, mas o senhor é do norte …».
«Acertou, sou de Santo Tirso e estive em Angola».
Demos um grande abraço! Não sei se foram 10, 15 ou 20 minutos que os clientes tiveram de esperar, admirados a olhar para nós. O que sei é que, nesse pouco tempo, recordámos vários companheiros - como o Frangãos (condutor), de Cuba, ali ao lado, e algumas histórias.
Querem saber que, no final, o nosso amigo Vitor não me deixou sair sem me carregar com uma caixa de maduro e uma broa de pão da Vidigueira? Que pomada e que pão!
Mando-lhe daqui um abraço e, agora que ultrapassou, e bem, o susto que apanhou - um AVC - desejo-lhe muita saúde na companhia de sua mãe, que vive com ele e por quem mostrou um grande amor e dedicação, e da esposa e filha (professora), de quem falou com muito orgulho e carinho.
Parabéns, Vítor!!! E obrigado por aqueles minutos que passámos, tão rápidos mas que deram para dizer tanta coisa.
Antes de terminar, quero dizer-vos que vale a pena ir à Vidigueira não só pelo delicioso cozido do Restaurante O Pézinho, em Vila de Frade, todo o bom vinho e comida mas, e sobretudo, para relembrar o Vítor.
Perguntam vocês, mas quem é o Vítor? O Vitor, sempre bem disposto e com graça no seu falar alentejano, era em quem, no Batalhão, estava sempre pronto a ajudar e em quem podíamos confiar.
O VITOR era o SACRISTÃO!
Um abraço Vitor!
A. SOUSA CRUZ
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4 comentários:
O sacristão era o máximo. Teve um AVC, desejo-lhe as melhoras...
A ideia que tenho do alferes Cruz é a de que era um homem tranquilo, assim como os alferes Ribeiro e Almeida, ao contrário do Garcia que era muito mais exuberante e andava com a malta nas casernas, mas todos fixes, sem dúvida...
Desculpem-me amigos e colegas, mas as pessoas devem ser tratadas pelos nomes por que eram conhecidas, por isso, eu não "conheço" o Victor alentejano. Lembro-me, isso sim, de um rapaz que toda a gente conhecia, não só era sacristão, mas era mais conhecido pelo "Vidigueira". Carteleiro(!) e que uma ocasião, por azar, teve um incêndio no armazem um dia à noite quando decorria um filme no "cinema" e que era mesmo em frente. Resultado, fui alertado para parar a máquina de projecção, e toda gente veio ver o incêndio e não só. Vimos a eficácia dos bombeiros da altura com uma máquina de dar à bomba, mais parecia uma máquina de sulfatar as videiras, e assim se combateu um incêndio e o amigo (vidigueira) muito triste recebeu a boa compreenção na altura do comandante, pareceu-me!...
Um grande abraço para o sacristão (VIDIGUEIRA)grande Victor alentejano.
Companheiro Cruz o bom da caça é isto mesmo poder encontrar alguem numa zona deste Portugal que um dia estve a partlhar dias meses com nosco na tropa«Angola»mas que sai da nossa mente como caçador que sou e que corro um pouco deste Portugal gostava de de tambem encotrar malta desse tempo deve ser muito giro.As melhoras par a o Vidigueira.Abraço.Francisco Neto
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