sexta-feira, 2 de outubro de 2009

A ida ao cinema e o furriel que casou com a filha do madeireiro do Quitexe

Igreja do Quitexe e xitaca atrás da Casa dos Furriéis e secretaria da CCS
do BCAV. 8423. Foto de João Cláudio.
ANTÓNIO CAPELA
Refletindo sobre o que se passou dia 12 de Setembro, no Encontro de Águeda dos Cavaleiros do Norte, isso leva-nos a recordar, recordar, recordar... momentos alegres e tranquilos, assim como momentos difíceis.
Vamos aos momentos alegres.
Recordo as noites de bom bate-papo no café do Topete, até boas horas da noite. O grupo era formado pelo Guedes, o Carmo, algumas vezes o Topete, porque tinha que servir os copos na café e... etc., etc., porque já não me lembro de outros. Era um grupo muito unido. Ah!, estava também um furriel, que depois veio a casar com a filha de um madeireiro do Quitexe.
O Guedes e o Topete que já moram longe de nós, o Carmo está a braços com uma doença que o limita bastante. Nestas ocasiões, era eu que "descia ao povoado", ao passo que quando era com os militares estes que subiam a montanha - iam à missão. Mais uma vez, muito obrigado pela companhia que me fizeram.
Recordo-me de um dia termos ido ao cinema a Carmona (Uíge). Nesse dia, estava muito cansado, mas queria ir ao cinema. Fomos no meu carro - eu e mais três alferes ou furriéis, uma Renault 4L (que bom carro e económico...). Mal entrámos na sala de cinema, sentei-me e ... não vi mais filme nenhum. Dormi, e dormi de tal maneira que não me lembro nada do filme. No fim da sessão, fomos todos beber qualquer coisa. Eu já estava desperto e bem desperto. Chegámos noite dentro, ao Quitexe.
- CAPELA. António Albino Vieira Martins Capela, padre católica e pároco do Quitexe. Actualmente, é professor e reside em Arcozelo (Barcelos).
- IGREJA: Foto de João Cláudio, (ex)furriel enfermeiro da CCS do BCAV 1917.

4 comentários:

Anónimo disse...

Que furriel é que casou lá, só me lembro do buraquinho casar com uma mulata, contem lá quem foi...

Anónimo disse...

Gostava de ir à missa do padre Capela e quando eu dizia à minha mãe que ia à missa ele não acreditava, achava que eu lhe mentia, que nós estávamos enfiados num buraco cheio de tiros e bombas não havendo tempo para ir a missas.
Lembram-se do sacristão, um tipo que era alentejano, não me lembro do nome dele...

Anónimo disse...

A narrativa de António Capela trouxe-me à memória as idas à igreja para assistir à Missa Dominical. Não eram muitos os militares que assistiam à celebração da Missa! Uns porque não se reviam em tal acto, outros porque andavam distraídos e muitos porque tinham vergonha de se conotarem com a igreja. Foi a esta conclusão a que um dia o nosso Padre capelão chegou, interpelando alguns dos faltosos! Conhecia-os bem e entendia não ser normal estes não assistirem às suas homilias! Muitas delas requeriam trabalho prévio, principalmente quando em tempos mais difíceis se destinavamprincipalmente aos militares. Sempre com um sorriso cativante e ar sereno, lá convenceu algumas almas e, pasme-se, uma delas até passou a substituir o Sacristão! Um pouco atrapalhado, é certo, mas cumpria religiosamente todas as dicas que o Tenente-Capelão lhe transmitia!
Eu não era muito assíduo, o que contrariava um pouco o hábito que trazia da então Metrópole! Numa das missivas à minha mãe, na tentativa de lhe aliviar o desasossego, dei conta da existência de uma igreja na Vila. Ao meu irmão que por estas paragens tinha andado, tinha-lhe escapado este pormenor ou eu não lhe dei a devida atenção!
Soube que a alegria de saber que eu tinha acesso a uma igreja foi muito grande! Tão grande que eu, por uma questão de consciência (e de amor), não me sentia bem ao faltar a uma Eucaristia! Pensando bem, terá mesmo feito bem aos dois!
Curiosamente, as tardes de Domingo eram sempre mais calmas e até na língua de cada um se notava uma ausência de tempêro mais carregado!
Fruto, quem sabe, das palavras serenas com que o Padre nos brindava e amaciava um pouco o vocabulário!

Anónimo disse...

Como eu ia a dizer no meu comentário (que disparou), o Padre Capelão gostava muito de aparecer quando estávamos reunidos em pequenos grupinhos! Não para ouvir a nossa conversa mas para dela fazer parte e ao mesmo tempo resfriar os tais ímpetos que se soltavam da língua e que com um sorriso reprovava! Bom Capelão o Tenente Roque dos Açores! E bom homem!

Casal