Albino Capela e senhora, no Encontro de Águeda (2009)
Albino Capela missionou pelo Quitexe e outras terras do Uíge, em apostolado que não tinha a ver com tropa. Mas foi um dos nossos. A missão católica, ali mesmo ao lado da capela, foi palco de muitas sabatinas - sem preconceitos e limitações, lá se falando de cultura, de fé, de desporto e de política, de tropa até e dos diversos sonhos que entusiasmavam jovens da nossa idade.
«Sempre tive as portas abertas a todos, sem constrangimentos, era amigo dos militares e os militares eram meus amigos...», lembrou ele no Encontro de Águeda, depois de falar da nossa gente e da gente nativa, que ele ensinava nos caminhos da fé, com o entusiasmo jovem de quem se dá em partilha com os outros.
Albino Capela era o padre do Quitexe, onde ficou quando de lá saímos, em Fevereiro de 1975. Juntou-se-nos em Carmona, quando os incidentes da vila quitexana precipitaram a insegurança e a fuga. E, depois, não quis integrar a coluna militar que deixou Carmona para Luanda. «Tenho de fixar com a minha gente...», disse ele ao comandante Almeida e Brito, que insistia no seu (dele) abandono da cidade, integrando-se na (que seria) epopeica coluna militar para Luanda. Que tinha mais de 700 viaturas! E ficou.
No Encontro de Águeda, lembrou as 4,30 horas da manhã de 4 de Agosto de 1975: «Fui ver-vos partir...». Assim disse e parou as palavras, como que engolindo um ai de dor e amargura. Uma semana depois, em Agosto de 1975 e apressadamente, teve de ganhar boleia num avião para Luanda, para sair do inferno de Carmona.
Albino Capela, no altar das suas emoções do Encontro de Águeda, lembrou, de emoção puxada à voz e palavras pausadas, a fome que lhe matou o BCAV. 8423, quando fugiu do Quitexe e chegou a Carmona, com a irmã e outra gente: «Deram-nos sardinha assada e arroz branco! Nunca mais vou esquecer!...».
Adivinhava-se um ápice compulsivo no falar de Albino Capela, se calhar com alguma lágrima a escorrer-lhe a face. «Nunca mais vou esquecer, deram-nos sardinha assada com arroz branco!...».
- CAPELA. António Albino Vieira Martins Capela, sacerdote católico e padre do Quitexe. Actualmente, é professor e reside em Barcelos.
«Sempre tive as portas abertas a todos, sem constrangimentos, era amigo dos militares e os militares eram meus amigos...», lembrou ele no Encontro de Águeda, depois de falar da nossa gente e da gente nativa, que ele ensinava nos caminhos da fé, com o entusiasmo jovem de quem se dá em partilha com os outros.
Albino Capela era o padre do Quitexe, onde ficou quando de lá saímos, em Fevereiro de 1975. Juntou-se-nos em Carmona, quando os incidentes da vila quitexana precipitaram a insegurança e a fuga. E, depois, não quis integrar a coluna militar que deixou Carmona para Luanda. «Tenho de fixar com a minha gente...», disse ele ao comandante Almeida e Brito, que insistia no seu (dele) abandono da cidade, integrando-se na (que seria) epopeica coluna militar para Luanda. Que tinha mais de 700 viaturas! E ficou.
No Encontro de Águeda, lembrou as 4,30 horas da manhã de 4 de Agosto de 1975: «Fui ver-vos partir...». Assim disse e parou as palavras, como que engolindo um ai de dor e amargura. Uma semana depois, em Agosto de 1975 e apressadamente, teve de ganhar boleia num avião para Luanda, para sair do inferno de Carmona.
Albino Capela, no altar das suas emoções do Encontro de Águeda, lembrou, de emoção puxada à voz e palavras pausadas, a fome que lhe matou o BCAV. 8423, quando fugiu do Quitexe e chegou a Carmona, com a irmã e outra gente: «Deram-nos sardinha assada e arroz branco! Nunca mais vou esquecer!...».
Adivinhava-se um ápice compulsivo no falar de Albino Capela, se calhar com alguma lágrima a escorrer-lhe a face. «Nunca mais vou esquecer, deram-nos sardinha assada com arroz branco!...».
- CAPELA. António Albino Vieira Martins Capela, sacerdote católico e padre do Quitexe. Actualmente, é professor e reside em Barcelos.
4 comentários:
Tambem tenho uma recordação do ex padre Albino, mas vou agora contar. Quem se lembra do electricista do Casal Ventoso, lembra-se tambem das suas maneiras de se expressar, assim como o carpinteiro "carpintas" de Esmoriz. Um belo dia ambos os dois (mas que dupla)vieram ter comigo e disseram-me; ó pá tens que vir connosco porque o padre Albino quer falar contigo. Fiquei muito admirado porque eu nunca tinha estado com o padre Albino. Lá me deram a volta e como se tratava de um padre é evidente que quiz saber em que poderia ser útil. Seriam, mais ou menos, 13 horas de mais um dia quente, quando batemos à porta, e fomos interromper o seu almoço. Lembro-me perfeitamente que de imediato mandou sentarmo-nos à sua mesa e pediu à sua empregada para nos servir ananás com vinho da Madeira. Parece quase impossivel o que aqui contou "sardinha assada e arroz branco" quando este homem recebia as suas vizitas com o que de melhor tinha em sua casa. Humano, de grande simpatia, amigo. Foi muito agradável ter estado com o Srº Albino Capela na Pateira. Grande abraço
Assisti a algumas missas do padre do Quitexe, que suponho então ser o padre Albino mas francamente não me recordo da cara dele e devia ser então muito novo a avaliar pelo foto que aqui está.
Queria dizer que cada vez mais tenho pena de não ter estado no Encontro de Águeda que deve ter sido uma maravilha mas irei estar atento para o próximo ano...
Bom Dia ,
olá camaradas venho por este blog pequisar ou perguntar se por acaso entre tantas fotos e ficheiros alguem tem fotos da fazenda Vista alegre no Quintexe!! essa fazenda pertencia a um senhor chamado Antonio Jose Pires origem (transmontana )era o meu avó materno que padeceu nessa mesma quinta morto pelas guerrilhas!!
saudacoes a todos :
Paulo pires
Bom Dia ,
olá camaradas venho por este blog pequisar ou perguntar se por acaso entre tantas fotos e ficheiros alguem tem fotos da fazenda Vista alegre no Quintexe!! essa fazenda pertencia a um senhor chamado Antonio Jose Pires origem (transmontana )era o meu avó materno que padeceu nessa mesma quinta morto pelas guerrilhas!!
saudacoes a todos :
Paulo pires
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