o edifício de rés do chão onde funcionava a enfermaria militar
O Quitexe que deixei para férias, em Setembro de 1974, foi um Quitexe bem mais tranquilo que o que conhecemos em Junho, com actividade operacional bem mais reduzida e concentrada nas malhas urbanas.
As saídas em operações e patrulhamentos na chamada mata eram já bem mais raras, abundando no entanto as escoltas e operações de stop em zonas urbanas e semi-urbanas mais movimentadas.
Num que creio ter sido o único contacto que consegui para o Quitexe, por telefonema da Gabela combinado via postal com o Xico Neto (naquele tempo não havia telemóveis e até os telefones eram raros...), soube de algumas actividades operacionais de alguma tensão, nomeadamente com os camionistas da chamada estrada do café - de Luanda a Carmona. Porquê?! Havia muitas dúvidas instaladas e suspeitas de transporte e movimentações de armamento e munições. Já no Quitexe, vim a saber de alguns incidentes e o próprio PELREC (já em Maio ou Junho de 1975) viria a ter um muito desagradável e perigoso, por causa de um desses transportes, simulados num carregamento de café.
As fazendas, já por Agosto e Setembro, e depois..., instabilizaram-se de alguma maneira, devido aos aliciamentos feitos aos trabalhadores, no sentido de suspenderem os contratos - o que significaria a perda das colheitas. Algumas vezes, os militares foram chamados a intervir e nem sempre isso foi fácil.
Os tempos que se adivinhavam de mudança, eram ainda, todavia, carregados de incertezas e aplastados de dúvidas.
A tropa, ambicionando regressar a Lsboa, ainda teve que acorrer a alguns ataques na área florestal, a madeireiros, e a uma viatura da Junta Autónoma de Estradas de Angola (JAEA). E sabia-se que em outras áreas do Subsector Militar o chamado IN teve intervenção muito mais activa. Na zona de acção do BCAV 8423, começaram a conhecer-se grupo de activistas da FNLA, principalmente nas sanzalas. E alguns misturados com o povo negro e branco, nos cafés e bares da vila.
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