Viegas, Marcos, Pinto, Caixarias e Garcia (em cima), Leal, Moreira (TRMs?), Hipólito, Aurélio (Barbeiro), Madaleno e Neto, membros do PELREC
Trago aqui hoje uma parte do PELREC, em foto, para ilustrar uma história destes dias de Setembro de 1975, os nossos últimos de Luanda e de Angola.Um momento que tem a ver com o nosso saudoso (alferes) Garcia.
Já abundantemente por aqui foi falado sobre os dramas pessoais e familiares da população civil, inquieta e insegura com a situação que lhe pereclitava a vida, ante os permanentes conflitos que por lá se viviam e, nalguns casos, se sentiam em carne viva. E de eu mesmo, o mais que pude e soube, por Luanda ter procurado familiares, amigos e conterrâneos de quem se tinha perdido o rasto e temia pela vida. Não fui só eu a ter esse tipo de problemas e preocupações. Foi muita gente.
No Grafanil, alguém nos deu nota (a mim e ao Neto) da urgência do (alferes) Garcia em falar connosco. Falámos. O problema estava em ir localizar uns conterrâneos dele, de Carrazeda de Ansiães, que moravam na Vila Alice, bairro chic de Luanda, e onde tinham acontecido graves conflitos em finais de Julho.
Então, um jeep das Forças Armadas, com um sargento e condutor, foi interceptado e mandado parar por uma patrulha do MPLA. Identificados e autorizados a prosseguir, o sargento foi alvejado pelas costas logo que a viatura se pôs em marcha, tendo ficado gravemente ferido. O que motivou enérgica reacção do então alto-comissário, general Silva Cardoso. Viria a demitir-se.
Poupando a narrativa, o objectivo do (alferes) Garcia era ir descobrir a família Martins, que por lá morava e onde tinha lojas de moda (se me lembro bem). Conterrâneos dele, eram, não sei se parentes. Estão mortos, estão vivos, como é que estão? Bem se pode imaginar a angústia da dúvida sobre o destino de amigos.
Queria saber deles, com a mesma dor de alma e nó na garganta de muitos de nós, pelas mesmas razões! Juntaram-se uns quantos «pelrec´s» e lá fomos, fortemente armados e em viatura militar, de olhos bem abertos, com todas as mobilidades e seguranças de quem sabe que está em ambiente de hostilidade e de guerra.
Achámos os Martins, para felicidade do Garcia! Que se ria rasgadamente, de alegria e de olhos molhados de felicidade.
Mal sabia eu (só soube muito mais tarde e em Portugal) é que um deles era casado com uma aguedense e em Águeda se viria a fixar, depois da descolonização. É o Martins da Xitaca!
- PELREC. Pelotão de Reconhecimento, Serviço e Informação, atiradores. Era comandado pelo alferes Garcia.
2 comentários:
Estavam quase,quase a chegar
Ni Neto
O amor é muito lindo
Frabcisco Neto
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